Título: Clube da Luta
Autor: Chuck Palahniuk
Páginas:
272
Editora: Leya
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Clube da Luta é um romance escrito por Chuck Palahniuk que acompanha a história do Narrador, um homem que não é identificado, e portanto pode ser chamado assim. O Narrador é alguém que está cansado da própria vida e assim que conhece Tyler Durden, que é completamente o oposto dele e juntos fundarão o Clube da Luta, um lugar onde homens como o Narrador vão para se dissociar de suas vidas reais e lutar uns com os outros apenas pelo prazer de brigar.
Entretanto, para além do que se lê na superfície, Clube da Luta não é apenas uma história sobre homens que se juntam para brigar, Chuck usa a narrativa como metáfora, e por vezes também é explicito, afim de criticar o sistema e a exploração dos pobres pelos mais ricos e como esse tipo de vivência afeta de maneira negativa os indivíduos.
Os personagens principais são muito interessantes e igualmente problemáticos, o Narrador é alguém que se sente totalmente insatisfeito com a própria vida e vai a centros de apoio à pessoas com doenças degenerativas para se sentir minimamente feliz em estar vivo. Marla, a mulher que se envolverá com seu amigo, Tyler, faz o mesmo que ele e tem um histórico de namorados péssimos além de sempre demonstrar falta de amor próprio. Por último, Tyler Durden é o oposto do protagonista e considera-se livre nas próprias escolhas, além de ser um amante do caos.
Não é uma das leituras mais fáceis de se fazer, não por linguagem rebuscada nem nada do gênero, mas sim pela carga temática, ainda que tenha relativamente poucas páginas, Clube da Luta não hesita em tocar em certos assuntos nem se preocupa em abordar qualquer assunto com eufemismos, Chuck Palahniuk compõe uma escrita confusa e em ritmo de pensamento, o que realmente consegue transportar o leitor para a cabeça de alguém com ansiedade, insônia e tantos outros problemas.
Um dos melhores detalhes do livro é justamente a escrita aparentemente confusa que permite a imersão do leitor e no fim da narrativa quando todas as peças se encaixam, na medida do possível, todas as páginas anteriores passam a ter total sentido, o que explica todas as cenas e diálogos que não inspiram nenhuma esperança no mundo tão cinza que o protagonista vive.
Ainda que tire o leitor da zona de conforto e por vezes mostre situações desagradáveis e degradantes, principalmente envolvendo conotação sexual, Clube da Luta se faz entender através de uma grande sátira que flerta com o caos e desperta em quem está lendo sentimentos distintos como repulsa e identificação, uma escolha perigosa, mas certeira de um autor que não teve medo de errar.
NOTA: 9,5/10
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